7 de outubro de 2001 – 7 de outubro de 2011 - dez anos da beatificação do Padre Tomás Maria Fusco Este ano de 2011
SACERDÓCIO
Assim, no dia 22 de dezembro de 1855 realizou seu grande sonho: foi ordenado sacerdote. Pe. Tomás deixou-se modelar e transformar na contemplação e na assimilação do amor de Deus manifestado, sobretudo no Amor Crucificado e no testemunho deste amor para com o próximo. Pensando no amor de Deus, que se aniquila pela humanidade, que morre na cruz derramando todo o seu Sangue por nós, Pe. Tomás extasiava-se e seu coração inflamava-se de amor por Jesus Crucificado e pelos seus irmãos. Este amor de Pe.Tomás transparecia em sua vida e em suas palavras. Eis duas jaculatórias suas: “Meu Jesus, inflama meu coração de amor por Ti.”; “ Meu Jesus, o teu Sangue inspira caridade. Faz cair uma gota do teu Sangue no meu coração e eu serei todo caridade.” O grande amor que Pe. Tomás alcança na contemplação da Caridade do Sangue do Crucificado, difunde-o sobre os irmãos que encontra no caminho. Apenas ordenado sacerdote se coloca a trabalhar pela difusão do amor de Deus nos corações: “abriu em sua casa uma escola elementar para os meninos pobres, abriu também uma escola de Teologia Moral, na qual os jovens sacerdotes se preparavam para a confissão e a direção espiritual e se aperfeiçoavam, sobretudo, com as obras de Santo Afonso de Liguori. E depois, abriu a “capela serotina”, uma forma de apostolado idealizada por Santo Afonso Maria de Liguori, quase uma antecipação daquela que será a Ação Católica. Começava-se a noite, depois da Ave Maria, se catequisava e, sobretudo, se rezava. Com palavras simples se falava de uma verdade de fé e uma virtude cristã, se exortava aos deveres para com Deus e para com os irmãos e se concluía com o terço meditado para incrementar a devoção a Nossa Senhora. Um dia, Pe. Tomás caminhava pelas estradas de Pagani e se deparou com uma situação que o abalou profundamente. Encontrou uma menina órfã (naquela época eram muitas as crianças órfãs na Itália) que privada de ajuda material e espiritual, desejosa de um carinho materno, caíra na sedução e vício da prostituição. Ajoelhado diante de um Crucifixo, fala com seu doce Jesus sobre a situação desta menina e de tantas outras que se encontram nas mesmas circunstâncias. Sente-se impelido pelo Espírito Santo a fazer algo, não pode apenas ficar comovido com a situação, não pode apenas rezar. Sente a necessidade de agir. Mas como? Pede luzes ao Senhor. De repente vem-lhe uma ideia... Fundar uma Congregação religiosa que acolha estas meninas em situação de risco e, também, que lhe ajude a difundir a Caridade do Preciosíssimo Sangue, ou seja, o amor do Pai que envia seu Filho único ao mundo para salvá-lo e do Filho que derrama todo o seu Sangue pela humanidade. Assim, no dia 6 de janeiro de 1873, nasce a Congregação das Filhas da Caridade do Preciosíssimo Sangue. Começou com três Irmãs e sete órfãs. O começo da Congregação com três Irmãs lembrava ao Pe. Tomás as três horas de agonia de Jesus no Gólgota, donde brotou a nova criação; as sete órfãs simbolizavam as sete efusões de Sangue de Jesus e também as sete dores de Maria, intimamente unida ao sacrifício do Filho. Tomás colocou a sua Congregação, pupila de seus olhos, sob a proteção de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro. Logo a Obra cresceu; abriram-se muitas casas; estendeu-se o apostolado; as Irmãs não atendiam apenas as órfãs, mas também, trabalhavam nos hospitais, nas escolas, em asilos, na catequese... Onde havia necessidade, lá estava Pe. Tomás, lá estavam as suas Irmãs...
A CALÚNIA
“Bem-aventurados os perseguidos por causa da justiça, porque deles é o Reino dos céus” (Mt 5,10). Muitas vezes Jesus predisse aos seus discípulos que partilhariam a sua sorte: “Se o mundo vos odeia, saibais que antes de vós odiou a mim. – Um servo não é maior que o seu Senhor. Se perseguiram a mim, perseguirão também a vós. Antes, vem a hora que aquele vos matar, crerá de realizar ato de culto a Deus” (Jo 15, 18.20;16,2). Como todo bom servo do Senhor, Pe. Tomás experimentou a perseguição em sua vida. Uma jovem que trabalhava em sua casa foi violentada por Salvatore Tortora, um jovem sacerdote que fora obrigado a se tornar padre, porque assim tinha decidido sua família, de origem rica e descendência nobre. A família Tortora espalhou pela cidade o acontecido, mas jogando o crime sobre Pe. Tomás. “Abandonando-se totalmente nas mãos de Deus, aos pés do Crucificado e diante do quadro da Virgem, rogava que fosse libertado daquele escândalo suscitado no povo, não tanto para o seu bem, mas para o bem das Irmãs e das órfãs.” O Bispo Dom Ammirante ordenou-lhe que abrisse um processo para provar sua inocência, o que o Pe. Tomás fez no dia 7 de junho de 1880. Foi aberto um inquérito no qual a mulher revelou abertamente o nome do culpado. Pe. Salvatore, um dia em praça pública, diante do povo, confessou a sua culpa, declarando a total inocência de Pe. Tomás. Após alguns anos morreu no Hospital Civil de Pagani, assistido, justamente pelas Filhas da Caridade do Preciosíssimo Sangue. O ocorrido só fez aumentar a estima e o afeto de todas as pessoas. Todo este sofrimento levou o Pe. Tomas a sérios problemas de saúde. Assim, no dia 24 de fevereiro de 1891 Pe. Tomás partiu para a casa do Pai. E no dia 7 de outubro de 2001, nosso querido Papa João Paulo II, reconhecendo que Pe. Tomás viveu todas as virtudes ensinadas por Jesus no seu Evangelho, o declarou beato. Continuamos rezando para alcançar um milagre que leve nosso querido Pe. Tomás às honras dos altares com o título de santo. Oração para obter graças pela intercessão do Bem-aventurado Pe. Tomás Maria Fusco
ORAÇÃO
Ó Deus, Pai da vida, no Sangue de Cristo teu Filho e nosso Redentor, manifestaste o teu amor pelo mundo, estabeleceste a nova e eterna aliança, constituíste para nós a fonte de toda a santidade. Acolhe esta humilde oração: concedei na tua infinita bondade a plena glorificação entre os teus santos, do Bem-aventurado Tomás Maria Fusco e por sua intercessão a graça que te peço...(pedir a graça) para que, também eu, possa colocar-me ao serviço do teu projeto de salvação e testemunhar a Caridade de Cristo, teu Filho, que vive e reina pelos séculos dos séculos. Amém.
Quem obter graças por intercessão do Bem-aventurado Tomás Maria Fusco, favor comunicar às “Filhas da Caridade do Preciosíssimo Sangue – Estrada da Fontinha, 516 – Bento Ribeiro – Rio de Janeiro – CEP 21331-620 ou pelo e-mail marilenegp@ig.com.br ou imarysilva@ig.com.br
A devoção ao Preciosíssimo Sangue é a devoção a mais sacerdotal entre todas as devoções católicas, porque é aquela que mais se identifica com o sacrifício da Cruz e do Altar. Portanto é aquela que mais convém às almas sacerdotais. Nesta como em outras devoções, é sabedoria preocupar-se mais com o lado prático do aperfeiçoamento e enriquecimento da alma. Na nossa devoção ao Preciosíssimo Sangue não devemos parar no culto de adoração e louvor, de amor e agradecimento, de reparação e intercessão, devida a divindade de Nosso Senhor Jesus Cristo, Verdadeiro Deus e Verdadeiro Homem, que com seu Sangue nos redimiu. Mas devemos impelir-nos à assimilação com as divinas perfeições esplendentes do Sangue derramado; à união às divinas intenções e disposições com as quais o derramou; à reprodução dos atos e dos estados do seu sacrifício e, assim o nosso culto será mais completo. Porque o Sangue Preciosíssimo de Jesus, como último fim de sua imolação, é essencialmente o preço da Redenção universal, a sua especial devoção consistirá no fazer circular este divino preço para todos os efeitos da graça, em toda a Igreja e no mundo. Fazê-lo circular, para pagar todas as dívidas e conquistar todos os méritos: cancelar toda mancha e ornar-nos de toda beleza, para fertilizar todo deserto e extinguir todo purgatório; e para fechar cada boca do abismo e, abrir todas as portas do céu.
Padre GIUSTINO RUSSOLILLO*Fundador dos Vocacionistas *Hoje: Bem-aventurado Giustino Russolillo
Texto tirado da edição única “o Sangue Precioso” aos cuidados das Filhas da Caridade do Preciosíssimo Sangue para o Ano Santo de 1933.
Beatíssimo Padre, com o objetivo de reparação, louvor e prece ao Preciosíssimo Sangue, preço da nossa redenção e título nobilíssimo sob o qual milita o nosso Instituto das “Filhas da Caridade do Preciosíssimo Sangue”, prostradas aos pés de Vossa Santidade dirigimos fervorosas preces para obter o privilégio de acrescentar nos louvores do “Bendito seja Deus”: “BENDITO SEJA O SEU PRECIOSÍSSIMO SANGUE”, tanto em público como em privado em todas as igrejas, oratórios e capelas do mesmo nosso Instituto. Confiantes de obter-lo da bondade de V.S. imploramos para todo o nosso querido Instituto a Apostólica benção e beijamos humildemente o sagrado pé de Vossa Santidade. Hum. Ma Serva Irmã Maria Có Superiora Geral
Pagani, 05 de novembro 1921 Aceitei o pedido para a graça
Dia 11 de novembro 1921 Bento PP.XV
Beatíssimo Padre, confiantes na bondade de Vossa Santidade dirigimos fervorosas preces para que se digne indulgenciar este louvor: “Bendito seja o seu Preciosíssimo Sangue” com indulgências parciais cotidianas “toties quoties” e com indulgência plenária mensal, para este Instituto das Filhas da Caridade do Preciosíssimo Sangue, com o objetivo do incremento da devoção ao mesmo Sangue Preciosíssimo de Jesus, preço de nossa saúde e nosso excelentíssimo título. Certas do singularíssimo favor, pedimos à Vossa Santidade de aceitar toda nossa gratidão e devoção filial, enquanto imploramos para todo o Instituto a Apostólica benção. Beijando humildemente o sagrado pé, nos professamos de Vossa Santidade. Hum. ma Serva Irmã Maria Có Superiora Geral Pagani, 05 de novembro 1921
~~~~~~<>~~~~~~<>~~~~~~<>~~~~~~
INDULGÊNCIA Concedida pelo Santo Padre Bento XV no dia 11 de novembro, 1921
Concedemos cem dias de indulgência toties quoties (indulgência cotidiana) pela recitação da jaculatória acima indicada e a indulgência plenária uma vez ao mês para aqueles que durante o mês terá recitado todos os dias a mesma jaculatória.
Bento PP. XV
11 de novembro de 1921
Beato Tomas Maria Fusco, fundador das Filhas da Caridade do Preciosíssimo Sangue "para ser de Deus não precisa ter grandes talentos basta ter um coração e Amar"
Tomás Maria Fusco nasceu em Pagani, uma pequena cidade italiana do Vale do Sarno, no dia 1 de dezembro de 1831.
Seus pais eram íntegros na conduta moral e religiosa, formaram uma família de oito filhos educados na piedade cristã.
Aos oito anos ficou órfão, encontrando o amparo do tio e do irmão, ambos sacerdotes, que cuidaram de sua formação e educação, direcionadas para a vida religiosa, conforme seu próprio desejo.
Em 1847, entrou no seminário diocesano de Nocera, situado naquele mesmo Vale, onde completou os estudos teológicos e foi ordenado sacerdote. Desde o início do seu ministério abriu espaços e se dedicou à formação e aos cuidados das crianças, para as quais abriu em sua casa uma escola matinal.
Com elas, padre Tomás Maria costumava passar em santa alegria os dias de festa. Na igreja da paróquia, restabeleceu a capela noturna para os jovens e adultos, a fim de promover sua formação humana e cristã.
Foi admitido na congregação dos missionários de São Vicente de Paulo, em 1857, tendo percorrido um longo itinerário missionário, especialmente nas regiões da Itália meridional. Três anos depois, quando foi nomeado capelão do santuário de Nossa Senhora do Carmo, em Pagani, desenvolveu as associações católicas masculinas e femininas, ergueu um altar para o culto ao Crucificado e criou a Pia União ao Preciosíssimo Sangue de Jesus. Ele fundou, também na sua casa, em 1862, uma Escola de Teologia Moral para os sacerdotes destinada à sua habilitação para o ministério do confessionário, onde eram inflamados no amor ao Sangue de Cristo. Nesse mesmo ano, instituiu a "Companhia do Apostolado Católico" para as missões populares.
O amor a Deus e amor ao próximo despertavam nele outra urgência: criar uma nova família religiosa destinada a cuidar das crianças abandonadas, particularmente dos órfãos, a quem ele privilegiava com sua ternura paterna. Após uma longa preparação na oração e inspirado pela Virgem Santíssima, em 1873, ele fundou a congregação das "Filhas da Caridade do Preciosíssimo Sangue".
A obra teve inicio com seu bispo, Dom Amirante, entregando o hábito para três religiosas e abençoando o orfanato, inaugurado com sete órfãs pobres. Neste momento da fundação, ele também foi advertido pelo seu bispo, que disse: "Você escolheu o título do Preciosíssimo Sangue? Pois bem, prepare-se para beber o cálice amargo".
De fato, o seu ministério bem realizado, sua vida de sacerdote exemplar, foi alvo de inveja e calúnia, lançada em 1880. Ele padeceu em silêncio com humilhações e perseguições, mas, foi com amor e sustentado pelo Senhor que carregou sua árdua cruz. Morreu no dia 24 de fevereiro de 1891, debilitado pela doença crônica no fígado, aos cinqüenta e nove anos.
Padre Tomás Maria Fusco foi Apóstolo da Caridade do Preciosíssimo Sangue, viveu amando os pobres e morreu perdoando os inimigos.
Gozava da fama de santidade no meio do clero, do povo em geral e das suas filhas espirituais, hoje encontradas em várias regiões do mundo.
O papa João Paulo II o beatificou em 2001 e o dia de sua morte determinado para a festa litúrgica.
HOMILIA DO SANTO PADRE DURANTE A BEATIFICAÇÃO DE SETE SERVOS DE DEUS Praça São Pedro, 7 de Outubro de 2001 .
"O justo viverá pela sua fidelidade" (Hab 2, 4): com estas palavras, repletas de confiança e de esperança, o profeta Habacuc dirige-se ao povo de Israel, num momento particularmente difícil da sua história. Lidas novamente pelo Apóstolo Paulo, à luz do mistério de Cristo, estas mesmas palavras são utilizadas para expressar um princípio universal: é com a fé que o homem se abre para a salvação que lhe vem de Deus. Hoje, temos a alegria de contemplar este grande mistério de salvação actualizado nos novos Beatos. Eles são os justos que, pela sua fidelidade, vivem eternamente ao lado de Deus: Inácio Maloyan, Bispo de mártir; Nicolau Grass, pai de família e mártir; Afonso Maria Fusco, presbítero; Tomás Maria Fusco, sacerdote; Emília Tavernier Gamelin, religiosa; Eugénia Picco, virgem; e Maria Eutímia Üffing, virgem. Estes nossos irmãos, hoje elevados às honras dos altares, souberam traduzir a sua fé indómita em Cristo, numa extraordinária experiência de amor a Deus e de serviço ao próximo. 2. D. Inácio Malayan, mártir aos 46 anos de idade, recorda-nos o combate espiritual de todos os cristãos, cuja fé é exposta aos ataques do mal. Era da Eucaristia que ele hauria, todos os dias, a força necessária para cumprir com generosidade e paixão o seu ministério sacerdotal, consagrando-se à pregação, à pastoral dos sacramentos e ao serviço dos mais pobres. Ao longo da sua existência, viveu plenamente a palavra de São Paulo: "Deus não nos deu um espírito de timidez, mas de fortaleza, amor e sabedoria" (2 Tm 1, 7). Diante dos perigos da perseguição, o Beato Inácio não aceita qualquer compromisso, enquanto declara àqueles que lhe fazem pressão: "Deus não quer que eu renegue Cristo, meu Salvador. O desejo mais forte do meu coração é derramar o meu sangue em favor da minha fé!". O seu exemplo ilumine hoje todas as pessoas que querem ser verdadeiras testemunhas do Evangelho, para a glória de Deus e para a salvação dos seus irmãos! 3. Na sua vida de mãe de família e de religiosa fundadora das Irmãs da Providência, Emília Tavernier Gamelin foi o modelo de um abandono corajoso à Providência. A sua atenção às pessoas e às situações levaram-na a criar novas formas de caridade. Tinha um coração aberto a todo o género de angústia, servindo de modo especial os pobres e os pequeninos, que desejava tratar como reis. Considerando o facto de que tinha recebido tudo do Senhor, também dava sem medida. Este era o segredo da sua profunda alegria, até mesmo na adversidade. Num espírito de confiança total em Deus e com um profundo sentido de obediência, como o "servo inútil" do Evangelho, ela cumpria o dever da sua condição com um mandamento divino, em tudo desejando fazer a vontade do Senhor. A nova Beata seja um modelo de contemplação e de acção para as Religiosas do seu Instituto e para as pessoas que trabalham com elas! 4. Ambos os novos Beatos alemães nos levam para um momento obscuro do século XX. Dirigimos o nosso olhar para o Beato Nicolau Gross, jornalista e pa
i de família. Compreendeu com sagacidade que a ideologia nacional-socialista não podia concordar com a fé cristã. Com a caneta, defendeu corajosamente a dignidade das pessoas. Nicolau Gross amava muito a sua esposa e os seus filhos. Todavia, nem sequer um momento o vínculo que o unia à família fez com que abandonasse Cristo e a sua Igreja. Ele sabia muito bem que "se hoje não entregamos a nossa vida, como poderemos pretender um dia apresentar-nos diante de Deus e do nosso povo?". Em virtude desta sua convicção foi levado para o patíbulo, mas abriram-se-lhe as portas do céu. No Beato mártir Nicolau Gross realiza-se a profecia do profeta: "O justo viverá pela sua fidelidade" (Hab 2, 4). 5. A Irmã Eutímia ofereceu um testemunho muito diverso. Esta religiosa clementina dedicou-se ao cuidado dos doentes, em particular dos prisioneiros de guerra e dos imigrados. Chamavam-lhe também "mãe Eutímia". Depois da guerra, teve de se ocupar de uma lavandaria, e não mais da cura dos enfermos. Certamente teria desejado servir as pessoas, e não as máquinas! Contudo, permaneceu uma religiosa cheia de empatia, que para todos tinha um sorriso amistoso e uma palavra de encorajamento. Assim exprimia o seu desejo: "O Senhor deve usar-me como um raio de sol que ilumina todos os dias". Maria Eutímia viveu segundo este lema: independentemente do que fazemos, somos sempre e unicamente "servos inúteis. Fizemos o que devíamos fazer" (Lc 17, 10). A sua grandeza está na fé nas coisas pequenas. 6. "Se tivésseis fé como um grão de mostarda...", exclama Jesus, conversando com os discípulos (Lc 17, 6). Foi uma fé genuína e tenaz que orientou a vida e a obra do Beato Padre Afonso Maria Fusco, fundador das Irmãs de São João Baptista. Desde quando era adolescente, o Senhor pôs no seu coração o desejo apaixonado de dedicar a vida ao serviço dos mais pobres, especialmente das crianças e dos jovens, que encontrava em grande número na sua cidade natal de Angri, na Campânia. Por isso, empreendeu o caminho do Sacerdócio e tornou-se, num certo sentido, o "Dom Bosco do Sul". Desde o início, quis empenhar na sua obra alguns jovens que compartilhavam o seu ideal, propondo-lhes como seu lema as palavras de São João Baptista: "Parate viam Domini!", "Preparai os caminhos do Senhor" (Lc 3, 4). Confiando na Providência divina, o Beato Afonso Maria e as Irmãs Baptistinas realizaram uma obra muito superior às suas próprias expectativas. De uma simples casa de acolhimento, nasceu um instituto que hoje está presente em 16 países e quatro continentes, ao lado dos "pequeninos" e dos "últimos". 7. A singular vitalidade da fé, atestada pelo Evangelho de hoje, sobressai também na vida e na actividade de Padre Tomás Maria Fusco, fundador do Instituto das Filhas da Caridade do Preciosíssimo Sangue. Em virtude da sua fé soube viver, no mundo, a realidade do Reino de Deus de modo totalmente especial. Entre as suas jaculatórias, há uma que lhe estava particularmente a peito: "Creio em ti, meu Deus; aumenta a minha fé!". É precisamente este seu pedido que os Apóstolos dirigem a Jesus no Evangelho de hoje (cf. Lc 17, 6). Com efeito, o Beato Tomás Maria compreendeu que a fé é antes de mais nada uma dádiva, uma graça. Ninguém pode conquistá-la ou obtê-la sozinho. Ela só pode ser pedida, implorada do Alto. Por isso, iluminados pelo precioso ensinamento do novo Beato, nunca nos devemos cansar de invocar o dom da fé, porque "o justo viverá pela sua fidelidade" (Hab 2, 4). 8. A síntese vital entre contemplação e acção, assimilada a partir da participação quotidiana na Eucarisia, foi o fundamento da experiência espiritual e do impulso de caridade de Eugénia Picco. Na sua vida, esforçou-se sempre para se pôr à escuta da voz do Senhor, em conformidade com o convite desta liturgia dominical (cf. Rit. ao Salmo resp.), sem jamais se subtrair aos serviços exigidos pelo amor ao próximo. Em Parma, ela assumiu a responsabilidade pela pobreza das populações, respondendo às necessidades dos jovens e das famílias indigentes e assistindo as vítimas da guerra, que nesse período ensanguentava a Europa. Mesmo diante do sofrimento, com os inevitáveis momentos de dificuldade e de confusão que ele comporta, a Beata Eugénia Picco soube transformar a experiência do sofrimento numa ocasião de purificação e de crescimento interior. Da nova Beata aprendemos a arte de escutar a voz do Senhor, para ser testemunhas credíveis do Evangelho da caridade neste início de milénio. 9. "Mirabilis Deus in sanctis suis!". Com as Comunidades em que os novos Beatos viveram e às quais deram as suas melhores energias humanas e espirituais, queremos agradecer a Deus, admirável nos seus santos". Ao mesmo tempo pedimos-lhe, por intercessão deles, que nos ajude a responder com renovado ardor à vocação universal para a santidade. Amen
Após Beatificação
"QUEM QUIZER ME SEGUIR,TOME SUA CRUZ E SIGA-ME".